quinta-feira, 22 de novembro de 2012

História da Música Popular Brasileira - O Choro e os Chorões



O choro e os chorões

O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta de 1880, no Rio de Janeiro - antiga capital do Brasil.
Esses grupos eram formados por músicos - muitos deles funcionários da Alfândega, dos Correios e Telégrafos, da Estrada de Ferro Central do Brasil - que se reuniam nos subúrbios cariocas ou nas residências do bairro da Cidade Nova, onde muitos moravam.

O nome Choro veio do jeito choroso da música que esses pequenos conjuntos faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões (nome dado aos músicos de choro) girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento que fazia os solos; violão, que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo — os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de "baixaria" -; e cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações.
            A história do choro iniciou em meados do século XIX, época em que as danças de salão passaram a ser importadas da Europa. A abolição do tráfico de escravos, em 1850, provocou o surgimento de uma classe média urbana (composta por pequenos comerciantes e funcionários públicos, geralmente de origem negra), segmento de público que mais se interessou por esse gênero de música.
            Em termos de forma musical, o choro costuma ter três partes (ou duas, posteriormente), que seguem a forma rondó (sempre se volta à primeira parte, depois de passar por cada uma delas).
Os conjuntos que o executam são chamados de regionais e os músicos, compositores ou instrumentistas, são chamados de chorões. Apesar do nome, o gênero é em geral de ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso dos participantes, que precisam ter muito estudo e técnica, ou pleno domínio de seu instrumento.
 Hoje o conjunto regional é geralmente formado por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim e cavaquinho, que executam a melodia, o cavaquinho faz o centro do ritmo e um ou mais violões e o violão de 7 cordas formam a base do conjunto, além do pandeiro como marcador de ritmo.

OS Grandes Chorões do passado

O flautista e compositor Joaquim Antônio da Silva Callado é conhecido como o pai dos chorões e foi o mais popular músico do Rio de Janeiro imperial. Ele é considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para a fixação do gênero. Seu maior sucesso é Flor Amorosa, número obrigatório para qualquer flautista de choro.
         De seu grupo fazia parte a pioneira maestrina Chiquinha Gonzaga, não só a primeira chorona, mas também a primeira pianista do gênero. Em 1897, Chiquinha escreveu para uma opereta o cateretê Corta-Jaca, uma das maiores contribuições ao repertório do choro.
 Ernesto Júlio de Nazareth foi mais que um pianista de bailes e saraus do final do séc. XIX e início do séc. XX. Ele foi a pessoa que encontrou a maneira mais eficaz de se reproduzir um conjunto de choro no piano, criando um estilo inigualável. Músico de trajetória erudita e ligado à escola européia de interpretação, Nazareth compôs Brejeiro (1893), Odeon (1910) e Apanhei-te Cavaquinho (1914), que romperam a fronteira entre a música popular e a música erudita, sendo vitais para a formação da linguagem do gênero.
            O compositor Anacleto de Medeiros nasceu em Paquetá, filho natural de uma “crioula liberta”, como consta na sua certidão de nascimento. Ele é apontado como o criador do schottisch brasileiro. Anacleto foi fundador, diretor e maestro de muitas bandas, tendo contribuído de maneira fundamental para a fixação dessa formação no Brasil. A tradição de bandas se reflete até hoje, por exemplo no desenvolvimento de uma sólida escola de sopros. A banda que se tornou mais famosa sob sua regência foi a do Corpo de Bombeiros, que chegou a gravar alguns dos discos pioneiros produzidos no Brasil, nos primeiros anos do século XX.
O flautista e saxofonista Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma definida. Para isso, introduziu elementos da música afro-brasileira e da música rural nas polcas, valsas, tangos e schottischs dos chorões. Ele é considerado o maior chorão de todos os tempos. É de sua autoria o clássico Carinhoso, música obrigatória no repertório do choro. 
Outra personalidade de importante na história do choro foi o carioca Jacob Pick Bittencourt, o Jacob do Bandolim, famoso não só por seu virtuosismo como instrumentista, mas também pelas rodas de choro que promovia em sua casa, nos anos 50 e 60. Sem falar na importância de choros de sua autoria, como Remeleixo, Noites Cariocas e Doce de Côco, que já fazem parte do repertório clássico do choro.       
            Contemporâneo de Jacob, Waldir Azevedo superou-o em termos de sucesso comercial, graças a seu pioneiro cavaquinho e choros de apelo bem popular que veio a compor, como Brasileirinho (lançado em 1949) e Pedacinhos do Céu.

Exercícios sobre a História do Choro

  1. Marque a alternativa correta:

1.1  Um instrumento característico do choro é o:
( a ) xilofone                 ( b ) o violão de 7 cordas               ( c ) baixo elétrico

1.2  Uma característica marcante do choro é:
( a ) o improviso                 ( b ) o virtuosismo                ( c ) a variação

1.3  Além do maxixe, outras danças fazem parte do repertório do choro, entre elas:
( a ) valsa e polca      ( b ) habanera e funk        c ) charme e samba

1.4  O criador do conjunto original de choro composto por dois violões,
cavaquinho e flauta foi:
( a ) Pixinguinha      ( b ) Joaquim Callado        ( c ) Ernesto Nazareth

1.5  O instrumento de Chiquinha Gonzaga foi o:
( a  ) cavaquinho             ( b ) piano             ( c ) baixo

1.6   Ernesto Nazareth denominava suas composições de:
( a  ) maxixe          ( b ) tango brasileiro            ( c ) rock

1.7  Pixinguinha foi flautista do conjunto:
( a ) Oito Batutas         ( b ) Época de Ouro       ( c )  Choro Carioca

1.8  Os Dois principais instrumentos de Pixinguinha foram:
( a ) violão e bandolim      ( b )  pandeiro e viola     ( c )  flauta e saxofone
           
1.9  Os instrumentos de Jacob Pick Bitencourt e Waldir Azevedo eram respectivamente:
( a ) bandolim e violão   ( b )cavaquinho e violão  ( c ) bandolim e cavaquinho

1. 10 O bandolinista Jacob do Bandolim fundou o conjunto:
( a  ) Noites Cariocas       ( b ) Oito Batutas        ( c ) Época de Ouro

2. Relacione as colunas cada música com seu respectivo compositor:


(1)   FLOR AMOROSA

(2)   ODEON

(3)   CARINHOSO

(4)   OS BOHÊMIOS

(5)   BRASILERINHO

(6)   DOCE DE CÔCO

(7)   CORTA-JACA
  (    ) PIXINGUINHA

  (    ) ERNESTO NAZARETH

  (    )  JACOB DO BANDOLIM

  (    )  CHIQUINHA GONZAGA

  (    )  ANACLETO DE MEDEIROS

  (    )  JOAQUIM CALLADO

  (    ) WALDIR AZEVEDO

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